terça-feira, 14 de abril de 2015




Estes dias me dei conta que minhas filhas não são mais crianças e foi assim mesmo, quase de um dia pro outro que percebi. São pequenos detalhes e reações que vão aparecendo como  primavera brotando. E vendo esta transformação percebi que estava diante de algo totalmente novo, de  novo.
 Tem um lado nostálgico que aparecem como flashes, lembrando delas vindo pra minha cama com medo do pesadelo, o abracinho do nada, a alegria de passear junto, o banho bagunçado, o dente mole, o desenho do dia das mães, a porta do quarto aberta, o primeiro dia na escola. Percebo sem mágoa que este tempo passou e dói um pouquinho saber  que não volta mais,
Por outro lado, estou adorando a chegada destas mulherzinhas na minha vida. Agora toma lugar uma outra fase, elas começam a ter um mundo só delas, estão confusas tentando ser adultas mas ainda brincando como crianças.  Percebo nelas o quanto carregam de mim, em pequenos gestos, como o jeito de guardar as bijuterias, um gosto por uma cor, o amor pelos livros, a vontade de rir de bobagens, os medos, o lenço amarrado no pescoço. Vejo também o quanto são seres únicos e diferentes de mim.Uma acadêmica, outra intuitiva. Uma sensível e delicada,outra prática e social.
Estou fascinada por esta transformação, adoro ver surgindo, como a primavera, brotos de adultos novinhos em folha, com a estação inteira pela frente. Pessoinhas bacanas, ainda inseguras,lutando para se reconhecer no espelho, darem nomes aos bois, saberem ao que vieram. Mal sabem elas que é uma busca pra vida inteira.
E eu me sinto novamente com a sensação do momento que saí da maternidade com aquele rolinho no colo: um medo imenso de não saber nada sobre ser mãe, pensando "Quem teve esta ideia de gerico de ser mãe?".  Mas aí percebi que aquele rolinho já sabia tudo e ela que me ensinava, talvez percebendo a minha total ignorância no novo cargo.
E tô eu aqui, aprendendo tudo de  novo. Agora na versão rolinho adolescente.




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