quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aeroportos. A herança de Bin.




Usando mais aeroportos do que eu gostaria, percebo que se algum dia andar de avião era um privilégio, uma experiencia para poucos sortudos,  isto já é passado, morto e interrado. Viajar até que tudo bem, o problema é a corrida com barreiras que é hoje um Aeroporto.

É um verdadeiro teste de paciência máxima. A Nasa podia testar seus astronautas desta maneira.
Se fosse só mostrar o passaporte no check-in e ir até o portão de embarque ainda vai, mas é claro que depois do Bin Laden e sua turma, a coisa ficou  absurdamente complexa. 
Quando passo com as meninas pelo raio-x dá vontade de sair correndo gritando pelada (sim, porque a gente fica meio pelado). São tres bolsas para colocar na bandejinha, os sapatos, cinto, casacos, computador, fivelas, relogios e até anel, dependendo do tamanho. Um policial com cara de carcereiro faz a revista final e te olha pensando: e aí sua palhaça, pensa que ia escapar??
O pior é colocar tudo de novo e rápido pois lá  vem um outro ser humano  pelado e humilhado passando pelo mesmo inferno.

Já suando  e com os olhos grudados  na sua bolsa perdida em um mar de bandejas, uma das meninas sempre diz que está com sede. Afinal estamos já algum tempo sem beber água por conta das malditas garrafas de água assassinas que não passam mais para o lado de lá do portão. Toca achar uma máquina para comprar a água por módicos cinco Euros. É lógico que nesta hora voce também percebe que não tem moedas em Euro,Franco,Libras ou seja lá o que for.
Então vamos  andando através do freeshop para nosso portão 132 que fica  uns 4 kilometros para frente. Este shopping infernal dentro do aeroporto tem um milhão de ursinhos e bugigangas fofas por preços nada fofos. Nesta hora voce tem que falar umas vinte vezes NÃO para cada criança, além de segurar seus próprios impulsos consumistas por algum novo batom, já que você só tem duas dezenas deles na sua casa.

Depois de andar os quatro kilometros, olhando as vinte e sete placas de indicação e puxando suas filhas para andar mais rápido, chega o portão.  Lá então me jogo numa cadeira e fico pensando nas 12 horas que tenho pela frente sentadinha na classe do fundão, a economica de conforto. Mas tudo bem, vou comer uma comidinha de plástico, acompanhar cada filha ao banheiro umas três vezes e ficar com o braço formigando durante todo o vôo já que uma delas dormiu em cima dele. Logo logo tô de volta!

Adoro trem, a cada dia mais. Pena que não tem um para o Brasil!


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